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Os primeiros capítulos contam a história dos lendários reis iranianos: Qeyumars, Hushang, Tahmuress, e o famoso Jamshid, que reinou por 500 anos durante a era de ouro. Após esse período de prosperidade, veio o governo do malvado Zahhak (Adzdi-Dahaka em Avestan), que foi tentado por Ahriman (o diabo), seu próprio antepassado. Como Zahhak tornava-se cada vez mais cruel, Kaveh, o ferreiro, levantou-se contra este, usando seu próprio avental de couro como a bandeira da revolta (veja também, breve história da bandeira do Irã). Finalmente, o tirano foi amarrado e confinado sob o Monte Damavand nas margens do Mar Cáspio.
Logo em seguida temos um belíssimo episódio que narra os amores de Zal, da linhagem real do Irã, e Rudabeh, filha de Mehrab o rei de Kabul. Sua união resultou no nascimento do mais romântico de todos os heróis do Shahnameh, Rostam, que também pode ser considerado uma espécie de Hércules iraniano.
O épico progride desde os lendários tempos heroicos até as épocas históricas, passando pelos reinados dos imperadores sassânidas até a conquista islâmica e a morte de Yazdegerd III em 641. Assim, a obra constitui uma fonte valiosa para o início da história do Irã, que se completa com os relatos das antigas inscrições cuneiformes persas e no Avesta. Além de seu objetivo poético, Ferdowsi tinha um motivo claramente patriótico, ao escrever o Shahnameh, pois ele desejava manter viva nos corações de seu povo a fé de seus ancestrais e as glórias de seus atos para que o Irã não viesse a ser um mero fantoche sob o domínio árabe.
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Rostam, o maior herói do Shahnameh |
Em seguida, Ferdowsi fugiu para Herat, no leste do Irã (hoje no Afeganistão), e de lá para Tabarestan, onde o príncipe reinante o protegeu. Na sua velhice Ferdowsi voltou para sua cidade natal perto de Tus, onde, segundo a lenda, ele recebeu o perdão de Mahmud, pouco antes de sua morte.
O Shahnameh talvez seja melhor conhecido no mundo através da história de Rostam e Sohrab (1853), do poeta Inglês Matthew Arnold, baseada no épico persa e que ganhou recentemente até uma versão em quadrinhos estilo Comics americano .
Muito interessante este blog!A antiga Pérsia me fascina!
ResponderExcluirObrigada por seu comentário!
ResponderExcluirAqui no blog tanto a antiga quanto a atual Pérsia tem seu espaço!
Sabe informar se tem o livro traduzido para o português?
ResponderExcluirÉ um livro magnífico. O ciclo de aventuras de Rostam é o meu favorito. Esperamos que logo tenha uma tradução completa em português.
ResponderExcluirLeo