Algum dia, encontraremos nossas pombas
E a bondade dará as mãos com a beleza
Neste dia, o menor dos ruídos será o de um beijo
E todo ser humano,
será um irmão para o outro ser humano
Neste dia, as portas das casas não serão trancadas
Os cadeados serão apenas lenda
E o coração será suficiente para viver
O dia em que o significado de todo discurso será amar
Então ninguém precisará buscar o significado desta palavra
O dia em que a melodia de toda palavra será a vida
E eu não sofrerei para buscar a rima certa para cada poema
O dia em que cada lábio cantará uma canção
E o menor dos ruídos será o de um beijo
O dia em que você virá para sempre
E a bondade será igual a beleza
O dia em que atiraremos sementes para as pombas
E eu espero por este dia
Mesmo que neste dia eu já não esteja aqui
- Ahmad Shamlou*
*Ahmad Shamlou (1925-2000), foi um poeta, escritor e jornalista iraniano de etnia azeri nascido em Rasht. Considerado o mais influente dos poetas modernos do Irã, suas primeiras poesias foram influenciadas pelo estilo de Nima Yushij. A base de sua poesia é a imagética tradicional iraniana, familiar para seus leitores, com referências a obras dos grandes mestres como Hafez e Omar Khayyam.
Shamlou foi o responsável pela tradução de muitas obras do francês para o persa e seus próprios trabalhos também foram traduzidos para vários idiomas. Ele também é autor de várias peças, editadas a partir dos clássicos persas, especialmente Hafez. Seu 13º livro Ketab-e Koucheh (O Livro do Beco) é uma grande contribuição para o entendimento das crenças do folclore iraniano. Ele também escreveu ficção e roteiros para filmes, contribuições para a literatura infantil e jornalismo.
(Tradução do poema adaptada de Zócalo Poets)
Ahhh que maravilha... tb espero por esse dia! Mesmo que eu tb não esteja mais aqui Azizam.... Voto por mais e mais poemas e poesias!!! 💖 Mersi! Booooos!
ResponderExcluirEste poeta é um dos mais queridos do Irã azizam! A poesia sem dúvida é a expressão da alma!
ExcluirConheci esse blog recentemente e também voto por mais poemas.
ResponderExcluirSeja bem vinda Alana! Fiquei encantada em saber que há leitores que amam poesias! Pode deixar que a poesia persa sempre terá lugar de destaque aqui no blog!
ExcluirNaqueles virão
ResponderExcluirTodos os poetas conhecidos
Cantaram com os desconhecidos
Todos serão
Não terá divisão
Entre as poesias ternas e as eternas
Muitas serão as poesias
Poucas serão eternas
NA TERRA DA POESIA CENSURADA
ResponderExcluirna TERRA da poema censurado
Cesurei
pus a mão na boca
cortei meu grito
amarrei guardanapo
desmusicalizei o ritmo
e na ferida pus esparadrapo
Fiquei mundo
Mundo mudo sem falar
e desconectado
nem se quer era permitido
gesticular uma palavra
Até mesmo os próprios mudos
tinham que se calar
de qualquer forma
TERRA da censura
era proibido se expressar
Mas como eu falei
censurado o poema
que soprei soprei no vento em silêncio da poesia
que os ouvidos surdos mudos de censura
Ouviram sem querer a poesia da alma