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O diretor Abbas Kiarostami (1940-2016) |
Salam amigos, os cinéfilos do mundo inteiro estão de luto. Faleceu ontem em Paris, na França, o diretor iraniano
Abbas Kiarostami. Nascido em Teerã, no Irã, em 22 de junho de 1940, ele foi diagnosticado com câncer em março deste ano. O post de hoje é uma sincera e emocionada homenagem do blog Chá-de-Lima da Pérsia a este que foi um dos grandes ícones do cinema iraniano e mundial.
Fazem poucas horas que ele passou para a eternidade, mas o mundo já se sente saudoso da sua arte. Com um estilo inconfundível e uma forma diferente de fazer cinema, de dentro do seu Irã natal, ele nos fez viajar e descobrir becos e vielas pulsantes de vida.
Onde fica a casa do meu amigo? Quis saber uma expectadora brasileira há 4 anos atrás. E quem nos guia nesta jornada é um garotinho doce e gentil. E com ele vamos cumprir o dever de devolver o caderno do colega de escola com a responsabilidade de um adulto. E Abbas, por meio deste menino nos ensina uma lição de amor, que enquanto houver lágrimas nos olhos do amigo não podemos descansar...
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Cena do filme Onde Fica a Casa do meu Amigo? (1987) |
Esse foi o começo de uma história de amor pelo Irã que Abbas nos ensinou a ver. Ele nos mostrou a humanidade desse país e se tornou um fenômeno mundial. Por meio de suas lentes o ocidente pode ouvir as vozes silenciadas de uma sociedade.
Na discreta segurança atrás do volante de um automóvel ou no banco do carona, viajamos com homens e mulheres, protagonistas da vida real:
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Cena do filme Dez (2002) |
Aprendemos que o gosto das cerejas poderiam salvar a vida de um homem triste e perdido....
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Cena do filme Gosto de Cereja (1997) |
E vimos esperança de reerguer a vida dos escombros depois de um terremoto fatal. A lição de Abbas mais uma vez é que por mais tristes que estejamos a vida continua...
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Cena do filme E a vida continua.... (1991) |
Na escola de Abbas também aprendemos como solucionar um conflito e como podemos fazer pequenas coisas para consertar o mundo.
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Cena de Duas Soluções Para Um Problema (1975) |
E que o podemos fazer da busca pelo pão de cada dia uma aventura, assim como na visão de uma criança...
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Cena de O Pão e o Beco (1970) |
Na garupa de uma motocicleta também viajamos para dar um abraço de perdão no pobre homem absolvido de um julgamento inusitado, cujo único crime foi ser apaixonado pelo cinema.
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Cena de Close-Up (1990) |
Depois de ver um filme de Abbas, também nos tornamos um pouco mais sensíveis. Uma garrafa de vidro rolando ladeira abaixo nos rouba a atenção por segundos eternos. Ele é um educador do olhar, um alfabetizador visual, um mago da poesia da vida cotidiana.
Para nós, os amantes das artes, este é um dia de despedida e saudades. Ouso dizer que foi muito por causa de Abbas que o Chá de Lima da Pérsia começou (vide meu primeiro post). Porque assim como o protagonista de Close up queria ser Mohsen Makhmalbaf, eu também queria ser um pouco Abbas Kiarostami, como admiradora de sua forma de retratar a vida pela arte. Acredito que se o mundo aprendeu a amar o cinema do Irã, é também porque o nome de Abbas
fez parte de sua história.
Obrigada mestre Kiarostami por sua vida e por suas realizações!
Salam... você saberia me dizer aonde posso encontrar estes filmes?
ResponderExcluirBoa tarde! Também gostaria de saber
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