A Descoberta do Vinho na Pérsia

28/04/2014

"Beba vinho, é tudo o que a juventude lhe proporcionará. É tempo de vinho, flores e amigos bêbados. Seja feliz nesse momento. Este momento é a sua vida." 
 (Omar Khayyam)

Mulher bebendo vinho, afresco do palácio Chehel Sotun, Isfahan (séc. XVII)
Você sabia? A historia do vinho na Pérsia data de quase 7000 anos atrás. De acordo com uma antiga lenda, tudo começou com uma bela princesa que havia perdido a posição de favorita diante do mitológico rei Jamshid. Para superar a dor e a tristeza, a princesa tentou se auto envenenar com uma bebida feita de uvas estragadas. Após experimentar a bebida, ela começou a se sentir sonolenta. Na manhã seguinte, a princesa acordou e descobriu que não se sentia mais deprimida, mas ao contrário, sentia-se renovada. Ela levou sua descoberta para o Rei que ficou tão encantado com esta nova "poção" que a recompensou por isso. A partir de então, o rei compartilhou a maravilhosa bebida com toda sua corte e decretou que todas as uvas cultivadas em Persépolis fossem dedicadas a fabricação do vinho. Muito tempo depois, a cidade de Shiraz (próxima de Persépolis) se tornou um importante centro produtor de vinho na Pérsia. 
Entretanto, de acordo com fontes históricas, o primeiro vinho realmente surgiu no Irã. Descobertas arqueológicas apontam que no período Neolítico, nos vilarejos do norte da cordilheira de Zagros, já existia a fabricação do vinho que era armazenado em algumas das primeiras jarras de cerâmicas do Oriente Médio que datam de aproximadamente 5400 a.C. 
O vinho persa, conhecido como Mey ou Bâdeh, também é um símbolo cultural e está amplamente presente nas manifestações artísticas como a poesia e nas famosas pinturas em miniatura. Os temas dessas pinturas são escolhidos principalmente das obras literárias Ghazaliyat de Hafez e Rubaiyat de Khayyam. Por isso, a figura da servidora de vinho, Saghi é uma parte essencial da maioria dessas pinturas. Geralmente, a figura do ancião nessas pinturas representa Hafez ou Khayyam que temporariamente deixam suas posições de eruditos e são vistos embriagados no Kharabat (uma taverna mística localizada em algum lugar remoto) ou no Golshan (jardim) bebendo vinho servido diretamente pelas belas Saghis.
Apesar de Shiraz, a cidade do poeta Hafez ter sido um centro produtor de vinho durante milênios, o Irã já não é mais um país produtor de vinhos. Antes da revolução Islâmica em 1979, havia mais de de 300 vinícolas no Irã; atualmente, acredita-se que existam milhares, mas ilegalmente. O consumo de bebidas alcoólicas no Irã é punido com castigo físico, multa ou prisão. De fato, esta é uma das grandes contradições do Irã atual: enquanto o regime islâmico proíbe o uso do álcool, os iranianos se orgulham do legado de sua cultura persa ancestral que exalta o papel do vinho. 

Baseado em Persian Tradition, Wikipedia e Your Middle East

Nenhum comentário:

Postar um comentário