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Turistas iranianos na praia de Ramsar, província de Mazandaran (Foto: imageBROKER) |
Em toda a região, há milhares de casas de veraneio, para atender aos viajantes. A retirada das sanções econômicas que seguiu o recente acordo nuclear e um influxo de turistas estrangeiros aumentou consideravelmente o número de visitantes. Os engarrafamentos no trânsito já se tornaram uma rotina de final de semana, e mesmo com as exaustivas horas de viagem presos nos asfixiantes túneis que atravessam as montanhas, os milhares de turistas não param de vir. Nas rodovias que dão acesso a região, os viajantes enfrentam horas de trânsito pesado, montam suas barracas nas margens das entradas e ainda param para fazer piqueniques no meio do caminho.
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Estrada na rota do Mar Cáspio (Foto: Panoramio) |
O encantamento do shomal, se deve a seu clima e a séculos de isolamento impostos por um terreno de geografia acidentada que permitiu o desenvolvimento de uma cultura e dialetos próprios que perduram até os dias de hoje, com conexões que vão da Rússia, ao Cáucaso e além. Nas províncias de Gilan e Mazandaran que compõem a região, o persa é a linguagem do governo, da educação e da indústria de turismo, mas no cotidiano, os dialetos Gilaki e Mazanderani predominam nas casas e nas ruas.
As províncias do norte eram relativamente isoladas do resto do país até o início do século XX, quando uma estrada finalmente foi escavada através das montanhas. Esta estrada estreita e sinuosa, ainda é a principal via de acesso a partir da capital Teerã, hoje em dia. Mas com a inauguração de uma nova rodovia cortando as montanhas, no começo do ano que vem, reduzindo o tempo de viagem desde Teerã, que é de quatro a cinco horas para apenas duas horas, o apelo do shomal e a expansão do turismo prometem crescer ainda mais.
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Um típico café nas montanhas na cidade turística de Lahijan, norte do Irã |
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Hotel Hyatt, construído em 1972, próximo à cidade de Chalus |
No começo deste ano, a rede espanhola Meliá anunciou a construção do primeiro hotel internacional cinco estrelas a abrir no país desde a Revolução Islâmica de 1979, no local onde se situava o antigo Motel Ghoo. A cerca de 9 km a leste das novas instalações do hotel espanhol está o antigo Grand Hyatt Hotel, aberto no começo da década de 1970. A Hyatt, foi a maior cadeia americana de hotéis de luxo que já abriu no país, e foi o símbolo do tipo de modernidade e lazer ocidentalizado que a classe média emergente de Teerã procurava para férias em praias nacionais.
Chalus, a principal cidade de junção ao norte de Teerã, há um século atrás não era nada mais do que uma estradinha com um pequeno aglomerado de casas. A transformação da cidade data de 1920, quando engenheiros britânicos contribuíram com a modernização do país durante o governo de Reza Shah, construindo a primeira estrada que atravessava as montanhas a partir de Teerã. De repente, Chalus se tornou o centro de tudo e centenas de pessoas se mudaram para lá, acompanhando os habitantes dos vilarejos das montanhas vizinhas que ajudaram a construir uma cidade de cultura distinta que era tanto cosmopolita quanto tipicamente shomali.
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Estrada para Chalus que parte do Norte de Teerã, atravessando as montanhas |
Atualmente, as principais estradas que levam turistas de Teerã para o shomal praticamente ignoram a passagem por Chalus. Apesar de ser geograficamente o coração da indústria turística da região, o expansivo desenvolvimento ao longo da costa deixou a cidade quase de fora, focando mais nas vizinhanças à beira mar. Após quatro horas de estrada a partir de Teerã, Chalus acaba servindo apenas como uma rápida parada antes de continuar a viagem para as praias mais ao norte.
Ótimo Jana!! ;)
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